2011/04/03

O DIREITO DE SER ESTUPIDO & A ESTUPIDEZ DOS POLITICAMENTES CORRETOS ** Parte I

Parte I – Direito à estupidez.
Jair Bolsonaro é um deputado eleito pelo PP (originário da Arena) seis vezes à câmara, onde é conhecido por suas idéias de cunho nacionalista, conservadoras, crítico ao comunismo e às esquerdas, condena o homossexualismo e defende, ainda, o regime instalado em Abril de 1964.
Ex-militar chegou com honras à patente de capitão e com vários casos de insubordinação.
PP é um partido que representa idéias para a camada da sociedade extremamente conservadora, e apenas esses deveriam ser seus eleitores.
Milhares de eleitores (por seis vezes) têm em Bolsonaro sua voz. 

Após o ocorrido nas respostas dadas à Preta Gil, me chamou a atenção uma enquete despretensiosa onde 120 pessoas responderam se concordavam com as idéias do deputado.
Resultado:
29,46% concordam com as idéias
17,86% concordam mais ou menos, mais para mais.
32,14% não concordam com as idéias.
16,07% concordam mais ou menos para menos.
4,46% não sabem.
 Me surpreendeu a pouca diferença entre os que concordam e os que não concordam, pois em um caso como esse, é muito mais fácil assumir ser contra.

Precisamos ter cuidado.
Democracia não é tornamo-nos iguais, mas ao contrario, é o direito de sermos diferentes.

Um comentário:

Impressões disse...

Sei que Bolsonaro estava "do outro lado do muro" na época da ditadura e não estou justificando suas afirmações e ele foi infeliz da forma que colocou. Mas analisando tardiamente sobre o acontecimento me veio a mente esse mesmo período em que muitos dos que agora reclamam estavam pedindo "Liberdade de expressão"... Ganhamos tardiamente... mas não podemos fazer uso dela? Uso as palavras do velho Chico para relembrar dessa época...

Cálice (Chico Buarque)
Pai, afasta de mim esse CALE-SE
Pai, afasta de mim esse CALE-SE
Pai, afasta de mim esse CALE-SE
De vinho tinto de sangue

Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta

Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa

De muito gorda a porca já não anda
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, pai, abrir a porta
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade
Mesmo calado o peito, resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade

Talvez o mundo não seja pequeno
Nem seja a vida um fato consumado
Quero inventar o meu próprio pecado
Quero morrer do meu próprio veneno
Quero perder de vez tua cabeça
Minha cabeça perder teu juízo
Quero cheirar fumaça de óleo diesel
Me embriagar até que alguém me esqueça