2015/12/02

INSTRUÇÕES DENTRO (peosia e esperança); ÓDIO E INTOLERÂNCIA FORA

Ashraf Fayadh, poeta condenado a morte por sua obra.
Ashraf Favadh. poeta sentenciado a ter obra eternizada.

Que a obra fale pelo artista:

Asilo: Ficar de pé no fim da fila,
para receber um pedaço de pão.
De pé como seu avó ficava,
sem saber porque.

O pedaço de pão: você
A pátria: um cartão para por em sua carteira.
Dinheiro: papéis com fotos de líderes
A foto: o que substitui você até seu retorno
E o retorno? Uma criatura mitológica, daquelas histórias que sua avó contava.
Fim da primeira lição.
Você é inexperiente, lhe faltam as gotas de chuva para lavar os restos do seu passado
           e libera-lo do que chamam devoção.
Daquele coração capaz de amar, de brincar e de interagir com a sua obscena retirada daquela flácida religião.
Daquela pregação falsa de Deuses que perderam o orgulho. 


O petróleo é inofensivo, a não ser pela pobreza que deixa em seu rastro.
No dia em que os rostos dos que descobrem mais um poço ficarem escuros, quando soprarem vida no seu coração para extrair mais petróleo de sua alma para uso público, 
                                      essa é a verdadeira promessa do petróleo.
Meu avô fica de pé e nú todos os dias sem barimento, sem criação divina.
Fui ressuscitado sem um sopro de Deus na minha imagem.
Sou a experiencia do inferno na Terra.
A Terra é o inferno preparado para os refugiados. 

2015/11/20

A BANALIDADE DA DOR DO OUTRO

Essa matéria me comoveu, mais do que isso, me moveu.
Certo, não há ninguém que, ao ler essa reportagem, consiga ficar indiferente a dor desses pais, mas quase todos ao passar para o próximo assunto conseguem eliminar o incomodo contraído.
Chamemos isso de "banalidade da dor do outro"- ausência de empatia.

Há no filme "Dogma do amor", de Thomas Vinterberg, o congelamento meteorológico do mundo simbolizando a crescente insensibilidade do ser humano em relação aos semelhantes, sendo essa sociedade acometida por uma doença que é o desamor, onde as pessoas caem mortas por todo o lado (amor é a energia vital) e são despejadas em latões para depois serem recolhidas.
O quão longe estamos dessa realidade?

No centenário “A metamorfose”, Gregor acorda transformado em um ser inferior (ou começa a se ver assim e a perceber que o outro o vê assim) passando a se angustiar perante a sua existência e com o sentimento de ser um fardo cuja única serventia à família é ele quanto ser produtivo não levando em conta que seus sentimentos continuavam humanos a despeito de todo o resto.
Citando Schopenhauer “ Seja o Estado ou a família a nos castrar, a nos fazer temer nossas vontades,  nos torna essa espécie humanamente corrompida.”
Gregor ao acordar viu o mundo de cabeça para baixo ... mas ele não percebeu que o gabarito existencial lhe foi dado por esse mundo.

A obra de Frida Khalo retrata todo o seu sofrimento existencial, mas ao pintar a si, ela deu cores às dores dos outros.
Só quem conhece a história de Frida entende sua obra, mas quem percebe o mundo, enxerga na obra a dor contida nele.
Quão resilientes temos que ser?
Frida precisou amputar uns dos pés devido à gangrena, "Pés para que os quero, se tenho asas para voar?"
 
Não podemos evitar o confronto com o mundo, ou o confronto conosco mesmo, mas somos livres para escolher como afrontar.
Afinal, todos podem ser Frida.
https://pt-br.facebook.com/ProjectTodosPodemSerFrida

Obra de Egídio Rocci
 Postagem em memoria a Egídio Rocci