2020/04/25

25 DE ABRIL .... UM DIA CELESTE PARA PORTUGAL



Todos nós praticamos pequenas ações no nosso dia a dia que são - por mais interessantes que se mostrem no momento - estéreis, áridas, banais no curso da história. A nossa vida é, praticamente, a soma dessas ações.
Porém o acaso ou a necessidade humana em simbolizar contextos históricos fez um dos mais poéticos e autênticos símbolos de uma revolução.

Em 25 de Abril de 1974 o restaurante Sifire, o primeiro restaurante self service em Portugal, completava um ano de existência e iria oferecer um cravo às clientes e um cálice de porto aos clientes. Como Lisboa acordou repleta de soldados organizados para depor Marcello Caetano o restaurante não abriu e os funcionários foram dispensados.

É nesse momento que a história de Celeste Caeiro é alçada aos livros de História.

Celeste, na época com 40 anos e umas das garçonetes do estabelecimento, levou consigo vários cravos e no caminho foi interpelada por um soldado que lhe pediu um cigarro.
Relata Celeste anos mais tarde: "Olhei para os cravos e disse que lamentava, mas só tinha flores. Peguei um cravo, o primeiro foi vermelho, e ele o aceitou. Como sou assim tão pequenina e ele estava em cima do tanque, teve que esticar o braço, agarrou o cravo e o colocou em seu fuzil”.
Imediatamente, os outros soldados imitaram seu companheiro e pediram a Celeste um desses cravos, vermelhos e brancos, que levava sob o braço, até distribuir todos.

O símbolo da transição do medieval “orgulhosamente sós” para o Portugal de hoje estava cunhado na história.

 




Celeste Caeiro - 2014 


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