2010/06/18

“O mundo está mais cego, mais burro”

Há alguns anos, Saramago em sua obra, ou melhor, como preferiu definir, em seu ensaio, expôs uma epidemia de cegueira que atinge toda a humanidade.
Mostrou quão frágil estão os valores sociais, pois onde ninguém vê, teoricamente nada aparece – valores que não mais existem, por que não mais podem ser vistos.

Descreveu as estatuas de olhos vendados na catedral em Lisboa bradando: “se os céus não vêem, que ninguém veja”.
O próprio autor já citou Dostoievski : “Se Deus não existe, então tudo é permitido”.

Um paradoxo acompanhou a vida de Saramago: ateu, muito falou de Deus e a sociedade, dependente da fé, muito mais se inquietou sobre aquilo que ele não acreditava (Deus) do que daquilo que ele cresse. 
Em sua ultima obra “Caim”, Saramago fala do personagem, de Deus (Jeová – Deus bíblico) e da Humanidade.
Caim é o Eu caminhando pelo mundo com o peso de Deus e a Humanidade é o Outro.

Foi-se Saramago, e como disse Fernando Meirelles “O mundo está mais cego, mais burro”.
                           
    "somos contos de contos contando contos, nada"
                                                                               Saramago

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