2010/06/03

“O homem é o único animal que carrega um cadáver por toda sua existência"; “Eu rezo para ter fé”.

O Homem é o único animal consciente da sua finitude, consciente da sua existência e, portanto, responsável por ela.
Tenho o Existencialismo como o código filosófico escolhido a seguir, o qual destaca o individual, a responsabilidade e a subjetividade do ser humano.
O existencialismo considera cada homem como um ser único e mestre dos seus atos e do seu destino.
Porem não declaro “o Homem está abandonado” abdicando da possível existência de Deus, apenas digo que o Homem está por conta própria - (“The dream is over, what can I say?”).

No livro “Por que Deus não vai embora?” de Andrew Newberg e Eugene D'aquili há a questão “Deus criou o cérebro ou o cérebro criou Deus?”

Na nossa formação intelectual Marx disse que se você tem fé, você é um ser manipulado a serviço do sistema produtivo.
Depois Nietzsche declara que se você tem fé, você é um ser comum incapacitado em se tornar um alem-do-homem.
Ai Freud explica que por você não conseguir conviver com a decepção com seus pais transfere tudo isso ao Monoteísmo, que para ele é reconhecer a imagem de um pai sob a imagem de Deus.

Neste mundo pós Iluminismo, para um pensador é mais elegante a idéia de neurônio do que a de Deus.

Mas “eu rezo para ter fé” e talvez um dia eu consiga tirar um pouco do peso existencial dos ombros e transferir expectativas e responsabilidades à alguma Divindade.
A vida nos leva diariamente ao desespero, “o homem é um ratinho com fome” e é compreensível a necessidade da fé, da esperança, mas se você ama Jesus ou Allah porque tem um bom emprego, isso não é fé, é troca.
A grande fé é a de quem não quer nada em troca, ao invés de pedir, agradece.
O que chamam de fé é quase sempre feito com um olhar para o futuro e isso não é fé, é expectativa (mas com o resultado vindo doutro).

Você não pediu para nascer, você lutou para nascer!
Agora a vida vive você, não somos dono dela, ela pode nos extinguir - ela continua, quem se extingue somos nós, não ela.
Enquanto isso carreguemos o cadáver.
                        
"Surgiu-me uma luz: que Zaratustra não fale ao povo, mas a companheiros! Zaratustra não deve tornar-se pastor e cão de um rebanho! Atrair muitos para longe do rebanho... foi para isso que eu vim” Nietzsche

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