Filme totalmente simbólico
O filme discute a natureza humana e a natureza da natureza.
Prólogo:
Começa com uma ária de Hendel (única musica do filme, tendo partes por toda obra) Lascia Ch'io Pianga - Deixa que eu choro (leia o texto a ouvindo).
Referencia direta ao pedido que a mulher faz: Deixa que eu choro, deixa eu curtir a dor, elaborar o luto, que eu queime o que estou sentindo.
O grito do feminino.
Lascia la spinacogli la rosa;
O filme discute a natureza humana e a natureza da natureza.
Prólogo:
Começa com uma ária de Hendel (única musica do filme, tendo partes por toda obra) Lascia Ch'io Pianga - Deixa que eu choro (leia o texto a ouvindo).
Referencia direta ao pedido que a mulher faz: Deixa que eu choro, deixa eu curtir a dor, elaborar o luto, que eu queime o que estou sentindo.
O grito do feminino.
Lascia la spinacogli la rosa;
tu vai cercandoil tuo dolor.
Deixa o espinho Colhe a rosa;
tu vais buscando tua dor.
Durante um intenso ato de sexo uma criança desce do berço, caminha pela casa e flagra os pais. Olha para eles e percebe que a mãe o trai com o pai. Descobre que a mãe não lhe tem como o único afeto.
Segue em frente até chegar em uma janela onde se encontram três bonecos representando os três pedintes.
Salta da janela e está morta, então, a antiga relação entre ela e a mãe.

O poema é a historia do rei que vai ao encontro dos três pedintes e ao longo do poema não se sabe mais quem é, na realidade, o necessitado, se é o rei ou se são os mendigos.
É a velha dialética onde o criado diz ao senhor... “não sei se senhor tem medo de mim ou se eu tenho medo do senhor”.
O homem tem que tirar seu sustento da natureza, para isso a sangra.
A natureza tem que sobreviver, para isso o agride.

A mãe atingida pela pior tragédia na nossa cultura, que é a perda de um filho, elabora o seu luto – Dor advinda da noção de maternidade, uma noção construída pela sociedade à muito pouco tempo.
O marido um psiquiatra, indo contra a ética profissional, passa a assisti-la e a analisar.
Ambos vão para uma cabana em um espaço chamado por eles de Éden- Éden esse com presença das folhas do carvalho não da figueira -, lugar onde ela havia tentado desenvolver, tendo o filho ao seu lado, seu trabalho de tese sobre perseguição às mulheres.
***Ginecidio – assassinato de mulheres***
Ao adentrar no Éden ele a obriga a deitar no mato, a interagir com a natureza.
A natureza da mulher e a natureza da natureza são conectadas.
O marido um psiquiatra, indo contra a ética profissional, passa a assisti-la e a analisar.
Ambos vão para uma cabana em um espaço chamado por eles de Éden- Éden esse com presença das folhas do carvalho não da figueira -, lugar onde ela havia tentado desenvolver, tendo o filho ao seu lado, seu trabalho de tese sobre perseguição às mulheres.
***Ginecidio – assassinato de mulheres***
Ao adentrar no Éden ele a obriga a deitar no mato, a interagir com a natureza.
A natureza da mulher e a natureza da natureza são conectadas.

Durante o filme o carvalho simboliza a luta dos elementos da natureza pela sobrevivência.
O carvalho é uma arvore isolada, expande as suas raízes ao longo de uma grande área para retirar energia de outros carvalhos que por ali tentem se desenvolver.
O carvalho que joga bolotas a todo o momento
O carvalho – no filme - contamina a mão do homem
O carvalho se defende, anula o seu redor para ser dominador do espaço
O carvalho quase que eterniza sua existência,
Representação da maldade da natureza.
A natureza não é mais o Éden original.
“A natureza é a igreja de Satã” – brada a personagem mais tarde. Não devemos subestimar o Éden.

Já a natureza humana é retratada com olhares Hobbesianos.
Enquanto você está bem alimentado, aquecido, descansado, sem dor você é o que chamamos de bom. Basta tirar uma dessas coisas que teremos experiências similares aos chamados “sobreviventes dos Andes”.
Somos pessoas tendentes ao egoísmo.
Enquanto você está bem alimentado, aquecido, descansado, sem dor você é o que chamamos de bom. Basta tirar uma dessas coisas que teremos experiências similares aos chamados “sobreviventes dos Andes”.
Somos pessoas tendentes ao egoísmo.

O poema volta em forma de tríades.
Aparece nova simbologia, agora animais.
Três símbolos dos mais tradicionais que existem:
A corsa – feminino, fecundidade – a corsa grávida perdendo o seu feto, dividida entre a floresta onde ela anda e a sua gravidez.
A raposa – astucia (no cap. 18 do Príncipe a raposa é um modelo).
O corvo – faz a travessia.
Aparece nova simbologia, agora animais.
Três símbolos dos mais tradicionais que existem:
A corsa – feminino, fecundidade – a corsa grávida perdendo o seu feto, dividida entre a floresta onde ela anda e a sua gravidez.
A raposa – astucia (no cap. 18 do Príncipe a raposa é um modelo).
O corvo – faz a travessia.

É exposto que a pesquisa da mulher, no decorrer do seu convívio com a natureza no Éden, tomou um novo rumo em que teoriza que a matança de milhares de mulheres na história é decorrente de atos de defesa da sociedade defronte a natureza da mulher – que é má.
A mulher é má e o que a Europa fez ao matar milhares de mulheres nada mais foi se defender da maldade feminina.
Assim como a raposa é astuta, a mulher o é no choro:
“Atrás de uma lágrima há uma atriz”.
“O choro da mulher é uma pausa para elaborar uma estratégia melhor”.
**Sociedade é misoginia ou vítima da mulher? **
A mulher é má e o que a Europa fez ao matar milhares de mulheres nada mais foi se defender da maldade feminina.
Assim como a raposa é astuta, a mulher o é no choro:
“Atrás de uma lágrima há uma atriz”.
“O choro da mulher é uma pausa para elaborar uma estratégia melhor”.
**Sociedade é misoginia ou vítima da mulher? **

O homem está castrado e impedido de fugir,
Posse absoluta.
O homem se conscientiza que para sobreviver tem que se libertar.
O homem ferido para o sempre se vê na obrigação de eliminar a moléstia.
O homem ferido para o sempre, no Éden, elimina a fêmea.
O homem ferido para o sempre se vê na obrigação de eliminar a moléstia.
O homem ferido para o sempre, no Éden, elimina a fêmea.
A mulher antes temerosa à Natureza, ao final conspira com ela.
O homem começa a temer a Natureza quando passa a entender a própria natureza da esposa.
A última cena da obra mostra o homem em comunhão tanto com a natureza tanto com imagens figurativas representando o feminino que passam a cercá-lo no Éden.
A natureza das coisas são soberanas
O mundo não é o caos.
O mundo não é o paraíso.
O mundo apenas é, com o bem e o mal.
O mundo não é o caos.
O mundo não é o paraíso.
O mundo apenas é, com o bem e o mal.
IMAGENS DA OBRA: http://www.flickr.com/photos/jadorelecinema4/sets/72157622343511041/show
Uma visão pessoal da obra – uma visão minha, não o que o diretor quis dizer:
Alem dessa visáo da natureza que nos cerca (a humana e a da natureza), talvez minhas questões levaram-me a enxergar algo mais onde aponta essa nova configuração do feminino.
Dois fatos, um onde ela narra ao marido, que se mostra ignorante à rotina do filho, os novos hábitos noturnos da criança e outro de ela ter levado a criança para o Éden durante o período de desenvolvimento da tese, enquanto, possivelmente ele continuou a sua rotina sem ter que se preocupar com o filho apontam para o homem milenar com a paternidade definida em prover e proteger.
Ela, mulher moderna, interrompe a maternidade para gozar, para usufruir do seu direito de ser feliz.
Abandona o filho para retornar à condição de una.
Sacrifica a maternidade em troca do gozo.
3 comentários:
Maravilhosa, sua avaliação, cheia de poesia. Adorei
O mundo não é o caos. O mundo não é o paraíso. O mundo apenas é, com o bem e o mal.
A natureza e o homem.
Postar um comentário