2009/01/24

"O Fardo do Homem Branco" -

O início do império americano se dá em 1898 após a guerra Hispano-Americana onde tomou posse das colonias espanholas no Caribe e no Pacífico.
Houve relutância e até rebeldia por parte dos europeus em relação a essa nova ordem mundial mas ao final se renderam diante do poderio americano. Agora a responsabilidades do destino mundial era destinado não a Londres mas a Washington.
Em 1902 John A. Hobson declarou: “a teoria do governo branco como uma garantia de civilização verificou-se válida" e assim procede o império Americano desde então.
Na mesma época o senador americano Albert J. Beveridge declarou: "Deus não andou a preparar os povos de língua inglesa e teutônicos (alemães) durante um milhar de anos para nada senão a vã e ociosa autocontemplação e auto-admiração... Ele fez-nos peritos em governar para que possamos administrar governo entre povos selvagens e senis”.
Em 1899 o inglês Rudyard Kipling, o poeta do império, escreveu “The White Man's Burden" – “O Fardo do Homem Branco” - como uma tentativa de endurecer a espinha dorsal da classe dirigente americana dos seus dias como preparação para o que ele chamou "as selvagens guerras da paz".

**Em 1995 Desmond Nakano escreveu e dirigiu um filme com o mesmo nome do poema onde propõe uma realidade alternativa em que a raça negra compreende a classe dirigente e a branca as pessoas pobres. O "equilíbrio de poder" foi invertido onde John Travolta vive numa má vizinhança, desfila em um carro velho e trabalha para Harry Belafonte, personagem que vive numa mansão com enormes gramados verdes e pisos em mármore. – não fez sucesso.

20 de Janeiro de 2009 o império americano deu posse presidencial ao senador negro Barack Hussein Obama.
O mesmo império com uma embalagem nova é a minha opinião.
“Sim, nós podemos”.

Nós não, Obama, eles.
Eles acreditam e não vão abdicar tão cedo do seu statu quo.
Obama será um negro com a função de comandar o fardo do homem branco de conduzir os bárbaros.

The White Man's Burden"
("O Fardo do Homem Branco")

Rudyard Kpling
Tomai o fardo do Homem Branco -
Envia teus melhores filhos

Vão, condenem seus filhos ao exílio
Para servirem aos seus cativos;
Para esperar, com arreios
Com agitadores e selváticos
Seus cativos, servos obstinados,
Metade demônio, metade criança.

Tomai o fardo do Homem Branco -
Continua pacientemente
Encubra-se o terror ameaçador
E veja o espetáculo do orgulho;
Pela fala suave e simples
Explicando centenas de vezes
Procura o lucro de outro
E outro ganho do trabalho.



Tomai o fardo do Homem Branco -
As guerras selvagens pela paz -
Encha a boca dos Famintos,
E proclama, das doenças, o cessar;
E quando seu objetivo estiver perto
(O fim que todos procuram)
Olha a indolência e loucura pagã
Levando sua esperança ao chão.

Tomai o fardo do Homem Branco -
Tem a mão-de-ferro dos reis,
Mas, sim, servir e limpar -
A história dos comuns.
As portas que não deves entrar
As estradas que não deves passar
Vá, construa-as com a sua vida
E marque-as com a sua morte.

Tomai o fardo do homem branco -
E colha sua antiga recompensa -
A culpa de que farias melhor
O ódio daqueles que você guarda
O grito dos reféns que você ouve
(Ah, devagar!) em direção à luz:
"Porque nos trouxeste da servidão
Nossa amada noite no Egito?"

Tomai o fardo do homem branco -
Vós, não tenteis impedir -
Não clamem alto pela Liberdade
Para esconderem sua fadiga
Porque tudo que desejem ou sussurrem,
Porque serão levados ou farão,
Os povos silenciosos e calados
Seu Deus e tu, medirão.


Tomai o fardo do Homem Branco!
Acabaram-se seus dias de criança
O louro suave e ofertado
O louvor fácil e glorioso
Venha agora, procura sua virilidade
Através de todos os anos ingratos,
Frios, afiados com a sabedoria amada
O julgamento de sua nobreza.

Um comentário:

Anônimo disse...

Kipling, me traz boas recordações.É uma das minhas paixões... Gostei de que tenha colocado esse poema dele aqui... muito bom!!!