D. Quixote, no leito de morte, reconhece seu engano medieval.
O Quixote contemporâneo, se também pudesse rever sua obra existencial, sofreria em
seu leito de morte.
Se manter fiel aos seus valores é sinônimo de loucura ("louco é aquele que perdeu tudo, menos a razão" - Bergamin).
Se aquilo que se deseja e luta é utópico, então viver isso para si é a solução.
Todo cavaleiro sabe que por mais dragões (imaginários ou não) tenha matado, ainda haverão mais depois do seu passamento.
Todo poeta sabe que "não transformara espinhos em rosas e canções".
Ninguém nesta existência será uma obra acabada. Somos todos romances que serão interrompidos antes do epílogo.
Homenagem a John Lennon - homem imperfeito com uma obra perfeita
"Como las cosas humanas no sean eternas, vendo siempre en declinacion de sus princípios hasta llegar a su último fin" Miguel de Cervantes
Sejam bons como o sol.
Livres como o vento.
Naturais como as fontes
Imitem as árvores dos caminhos
que dão flores e frutos
sem complicações.
Mas não queiram convencer os cardos
a transformar os espinhos
em rosas e canções.
E principalmente não pensem na Morte.
Não sofram por causa dos cadáveres
que só são belos
quando se desenham na terra em flores.
Livres como o vento.
Naturais como as fontes
Imitem as árvores dos caminhos
que dão flores e frutos
sem complicações.
Mas não queiram convencer os cardos
a transformar os espinhos
em rosas e canções.
E principalmente não pensem na Morte.
Não sofram por causa dos cadáveres
que só são belos
quando se desenham na terra em flores.
Vivam, apenas.
A Morte é para os mortos!
José Gomes Ferreira
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