2011/04/23

Nada mais surpreendente que ser si mesmo

"A felicidade, Senhor, chega aos pedaços, sem avisar e se vai inteira, sem adeus, sem se importar com o que eu faço para retê-la no coração!...”
(Frase de uma carta psicografada no Instituto André Luiz, em 26.10.2002)

Voltei a me “infectar” pelo assunto “A vida que vale a pena ser vivida” (ganhei o livro sobre o tema escrito pelo Prof. Clovis de Barros – autografado e com dedicatória!!!!!), e vou me apropriar textualmente de enxertos de livros, palestras e conversas minhas com ele.
Esse livro é carregado das idéias de Luc Ferry, mestre do Clovis no mestrado feito por ele na França e filosofo meu de cabeceira.
Junto estou lendo “A vida humana” de Comte-Sponville onde busco uma citação de Sartre: “Primeiro, não somos nada – a liberdade seria esse nada mediante o qual ´cada pessoa é uma escolha absoluta de si própria`”.

“Nada mais banal do que ter nascido. Nada mais surpreendente que ser si mesmo” escreve Sponville em outro momento – (ainda escreverei sobre isso – somos acasos do desejo).

A existência tem um peso enorme, “a cada instante da nossa existência a vida pode ser diferente do que ela é, somos constantemente convidados a escolher a vida que vamos viver, a vida de carne e osso efetivamente vivida exclui N possibilidades existenciais, temos que viver de um jeito e deixar de viver de tantos outros”.
**Esperança do previsível. Impotência da alma. Somos muito mais “deixar de ser” do que “ser” **
O problema de escolher a própria vida é a grande questão filosófica e essa reflexão que o homem faz sobre a melhor maneira de viver atende na filosofia pelo nome de moral.
A resposta obtida à questão, a escolha da forma a ser vivida que lhe causará felicidade lhe imputará também a sua moral.

Em um dos diálogos em “A República”,  Socrates recebe a seguinte pergunta: “ Você que é tão sábio, dado que eu posso viver de infinitas maneiras, qual é a melhor maneira de viver?”
Sócrates pensa, demora-se, e depois de muito pensar diz: “Aquilo que VOCÊ deve fazer para viver bem .... EU não sei”.
Ninguém, por mais sábio, por mais detentor de uma vida boa, pode oferecer ao outro a chave de uma vida boa – da felicidade.
A vida boa tem que ser uma busca de quem a vive.
Porem, alerta Sócrates, para que a vida tenha chance de valer a pena é preciso que ela seja livremente deliberada, que cada vivente seja o escultor da própria existência.

Então, dando luz a angústia do aflito psicografado, digo que felicidade não se retém, ela é esse júbilo existente no presente, não é fragmentada e sim presença.
Ela é viver o presente escolhido por si próprio.

Quando não tiver mais nada
Nem chão, nem escada
Escudo ou espada
O seu coração acordará

Quando estiver com tudo
Lã, cetim, veludo
Espada e escudo
Sua consciência adormecerá

E acordará no mesmo lugar
Do ar até o arterial
No mesmo lar, no mesmo quintal
Da alma ao corpo material

Hare Krishna Hare Krishna
Krishna Krishna
Hare Hare
Hare Rama Hare Rama
Rama Rama
Harre Hare

Quando não se tem mais nada
Não se perde nada
Escudo ou espada
Pode ser o que se for livre do temor

Hare Krishna Hare Krishna
Krishna Krishna
Hare Hare
Hare Rama Hare Rama
Rama Rama
Hare Hare

Quando se acabou com tudo
Espada e escudo
Forma e conteúdo
Já então agora dá para dar amor

Amor dará e receberá
Do ar, pulmão; da lágrima, sal
Amor dará e receberá
Da luz, visão do templo espiral

Hare Krishna Hare Krishna
Krishna Krishna
Hare Hare
Hare Rama Hare Rama
Rama Rama
Hare Hare

Quando se acabou com tudo
Espada e escudo
Forma e conteúdo
Já então agora dá para dar amor

Amor dará e receberá
Do ar, pulmão; da lágrima, sal
Amor dará e receberá
Da luz, visão do templo espiral

Amor dará e receberá
Do braço, mão; da boca, vogal
Amor dará e receberá
Da morte o seu guia natal

(adeus dor...)

Hare Krishna Hare Krishna
Krishna Krishna
Hare Hare
Hare Rama Hare Rama
Rama Rama
Hare Hare...

2011/04/22

"A um carneiro morto" - Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo * Sexta Feira Santa

Misericordiosíssimo carneiro
Esquartejado, a maldição de Pio
Décimo caia em teu algoz sombrio
E em todo aquele que for seu herdeiro!

Maldito seja o mercador vadio
Que te vender as carnes por dinheiro,
Pois, tua lã aquece o mundo inteiro
E guarda as carnes dos que estão com frio!

Quando a faca rangeu no teu pescoço,
Ao monstro que espremeu teu sangue grosso
Teus olhos - fontes de perdão - perdoaram!

Oh! tu que no Perdão eu simbolizo,
Se fosses Deus, no Dia de Juízo,
Talvez perdoasses os que te mataram!
                                                                 ** Augusto dos Anjos
À todos Avatares e profetas:
Aleluia
Hare krishna
Guru Brahma
Guru Vishnu
Hare hare
Aleluia

2011/04/09

A ESSÊNCIA E MAIS 20 ANOS DE EXISTÊNCIA

Somos seres solitários como diria Lispector. - “ninguém é eu, e ninguém é você”, somos seres particulares, únicos.
Únicos porem seqüenciais, carregados da essência - mesmo que esculpidos pela existência,
Carrego cromossomo X do meu pai e cromossomo Y da minha mãe.
Transferi cromossomo X e a Malu transferiu cromossomo X, gerando um Ser que, atrás da sua já relevante existência, carrega essa essência genética. 
Somos nós, os humanos, os únicos seres vivos que são alem do que decorrência dessa ciência – “Este corpo não pode ser tudo que eu sou – esse é o brado humano” * C. P. Snow -, temos o poder de ultrapassar essa herança genética e assim transformar a descendência imposta pela natureza.
Somos mais do que a essência.
Somos Seres únicos e geramos seres únicos.
“Ninguém é você” mas eu sou um pouco dos meus pais.“Ninguém é eu”, mas minha filha é, também, um pouco eu.

2011/04/03

O DIREITO DE SER ESTUPIDO & A ESTUPIDEZ DOS POLITICAMENTES CORRETOS ** Parte II

Parte II – Estupidez poética.
Em Março último a mídia foi tomada pelo caso do atropelamento de vários ciclistas em Porto Alegre, ato só explicável pela momentânea perda da razão do agressor, o qual deve ser punido dentro do que diz nossa legislação.
Numa sexta feira de Janeiro de 2009 a ciclista Márcia Regina Prado faleceu ao se envolver em um acidente com um ônibus na Avenida Paulista.
No primeiro caso do descontrolado motorista (para pegar leve), a passeata era formada por mais de 100 ciclistas do movimento Massa Crítica que bloqueavam ruas no centro.
No primeiro caso o evento não era autorizado.
No segundo a permissão para usar bicicleta na Av. Paulista é apenas no final de semana.

Caminho diariamente (caminho mesmo, não apenas dirijo) na Avenida Paulista e constato diariamente ciclistas que ocupam todas as faixas destinadas à carros e ônibus, bem como as calçadas.
Para eles não há sinal verde, amarelo ou vermelho.... não há faixa de pedestre, são uma classe a parte.
Se deram ao direito de tomar posse de um canteiro para homenagear a ciclista e fincaram a bicicleta dela, estenderam faixas e placas.
Enfeiaram a Paulista.
Que todo cidadão, que toda entidade que desejar se manifestar tenha direito à um monumento para se expressar.
Que todo pai que perde seu filho em um hospital público possa fincar um objeto para homenagear e protestar.

 
Criticar certos setores da sociedade é difícil.
 
Ser contra cotas nas faculdades ou não fechar os olhos às atitudes dos ciclistas (de longe todos têm aquela imagem poética deles) é difícil, é escrever o que os outros não querem ler.

O DIREITO DE SER ESTUPIDO & A ESTUPIDEZ DOS POLITICAMENTES CORRETOS ** Parte I

Parte I – Direito à estupidez.
Jair Bolsonaro é um deputado eleito pelo PP (originário da Arena) seis vezes à câmara, onde é conhecido por suas idéias de cunho nacionalista, conservadoras, crítico ao comunismo e às esquerdas, condena o homossexualismo e defende, ainda, o regime instalado em Abril de 1964.
Ex-militar chegou com honras à patente de capitão e com vários casos de insubordinação.
PP é um partido que representa idéias para a camada da sociedade extremamente conservadora, e apenas esses deveriam ser seus eleitores.
Milhares de eleitores (por seis vezes) têm em Bolsonaro sua voz. 

Após o ocorrido nas respostas dadas à Preta Gil, me chamou a atenção uma enquete despretensiosa onde 120 pessoas responderam se concordavam com as idéias do deputado.
Resultado:
29,46% concordam com as idéias
17,86% concordam mais ou menos, mais para mais.
32,14% não concordam com as idéias.
16,07% concordam mais ou menos para menos.
4,46% não sabem.
 Me surpreendeu a pouca diferença entre os que concordam e os que não concordam, pois em um caso como esse, é muito mais fácil assumir ser contra.

Precisamos ter cuidado.
Democracia não é tornamo-nos iguais, mas ao contrario, é o direito de sermos diferentes.