2009/05/31

IT´S SO HARD

Eu não tenho respostas nem para as minhas questôes.... por favor não me peçam para as suas.
Como já citei, Luck Ferry propôe que a família preenche na atualidade o requisito de único bem sagrado (sacro: o que define por “algo que vale a pena morrer”).
Mas vou me apoiar em seu livro anterior à essa afirmação -“O que é uma vida bem sucedida?” Editota Difel * 2004 - no qual indaga: “qual a vida que vale a pena ser vivida?”.
Se o sacro é “algo pelo que se vale a pena morrer”, pelo que, então, se vale a pena viver?

Percebi:
Se morre pelo que é sacro...

Se vive por e para si... buscando uma vida que vale a pena ser vivida.


Você tem que viver
Você tem que amar
Você precisa ser alguém
Você tem que empurrar

Mas é tão difícil,
é realmente difícil
Às vezes eu sinto vontade de desistir

Você tem que comer
Você tem que beber
Você tem que sentir algo
Você tem que se preocupar

Mas é tão difícil,
é realmente difícil
Às vezes eu sinto vontade de desistir

Você tem que correr

Você tem que se esconder
Você tem que manter sua mulher satisfeita

Mas é tão difícil,
é realmente difícil
Às vezes eu sinto vontade de desistir
– It´s so hard - John Lennon


2009/05/24

COMENTÁRIO A RESPEITO DE JOHN

As primeiras amizades ao longo do tempo tendem a virar espécie de imaginário.
As primeiras amizades ao longo do tempo tendem a se dissipar na memória.
Aos meus caros antigos - e agora um pouco velhos – amigos, confesso que toda nossa história para mim virou um pouco imaginária... muito do real vivido foi consumido pelo estar alerta no presente.
Porem isso não me preocupa nem me entristece e, analisando, nem falta me faz..... minha cabeça não é museu.
John, Nel, Rica e Má, não os vejo como elementos do passado, símbolos de algum tempo que se foi.... referencias.
Kant tem uma frase assim: “Meus caros amigos, não há amigos”.
Eu concordo com ele ao dizer que “estamos” amigos o que difere do “sermos”, mas discordo da negação do haver.
Amigos, digo que posso não “estar” amigo, mas tenham certeza que eternamente “sou” amigo.
Quando penso em vocês não olho para o passado ... olho para o presente e para o futuro.


Feliz aniversário Fiori.

"John, o tempo andou mexendo com a gente sim!
John, eu não esqueço,
oh, Não, oh, Não!
A felicidade é uma arma quente, quente...
Quente!"
-Belchior-

2009/05/17

"Todo gozo é enfraquecido quando compartilhado" - Pequenos inquisitores a serviço da "criação do Eu"-


Luiz Felipe Pondé ponderou e eu o uso agregando algo às suas idéias para aquietar umas das minhas inquietações.

Sade é mais do que psicologia e política.
Não divirjo daqueles que dizem ser ele um gênio que gritou pela liberdade em meio ao século da luzes, nem daqueles que o adjetivam de tarado sexual com dotes literários medíocres.
Há um Sade “metafísico” e segundo a sua metafísica a natureza é perversa e cruel e, portanto, não há crime ou transgressão.
Nesse sentido ele se aproxima muito dos cristãos antigos (gnósticos) que afirmavam que o mundo foi criado por um deus mau – (já usei Bakunin para avalizar essa idéia).
Quem busca a “virtude”, como sua personagem Justine – bem escolhido o nome!! – é objeto “feito” para ser torturado por uma sociedade que dá corpo à crueldade.
Desde sempre somos um bando de masoquistas submissos a uma sociedade atroz e nos submetemos aos seus gabaritos por comodidade (é mais cômodo seguir o rebanho). Há o esforço para alcançar o “modelo da hora” e para isso fazemos cirurgias estéticas, políticas, morais, raciais e culturais – uma lipoaspiração em sua natureza.
A eugenia não foi inventada, ela se desenvolveu naturalmente - o mais forte (capaz) suplanta o mais fraco, porem hoje o mais poderoso suplanta o mais forte.
Estamos fabricando a espécie. Estamos “Desadarwinizando” (sic) a evolução.
Café e Cigarros.
Minha inquietação é a de que me pego defendendo a lei antitabagista que determina aonde as pessoas podem ou não fumar.
Minha natureza não é essa, mas me vejo apoiando a segregação.
Caiu a ficha ao assistir ao programa “What not to wear” (Como não se vestir) onde Stacy London e Clinton Kelly determinam o novo look da vítima (visual dentro do gabarito estético).
Minha natureza não é essa, mas me pego
, de formas inconscientes e na maioria das vezes explicitas, a demonstrar minha preferência pelo visual feminino de cabelos compridos, saltos altos e roupas sensuais.
Assumo ai a exercer o papel de impositor e passo a cuidar do “interesse do coletivo”...passo ai a exercer o papel de impositor e esqueço o direito do outro.
“Vigiar e Punir” – Foucault decifrou.
Minha natureza não é essa.
Seguindo Foucault, na fabula de Carlo Lorenzini, Pinóquio é uma criança que em sua natureza é de madeira. Não aceitando a natureza da cria, a luta (desejo) de Gepeto (criador – sociedade) é a de transformá-lo em humano.
Quero manter minha natureza de madeira.

Dentro dos delírios de uma nova “pureza” existem pessoas que “salvam” o mundo comendo alface! Um exército de rúculas é o que necessitamos.
Prefiro a política Sadiana à política sadia.

Transcrevo Pondé usando minha pena (teclado no momento) e minha aprovação: “O que humaniza são os vícios, não as virtudes. Temo as pessoas que não têm vícios. O novo hipócrita é magérrimo, verde e antitabagista”.

Cenas do filme "Café e cigarros"

Tow Waits e Iggy Pop